BIM: 4 projetos inovadores ao redor do mundo - Site - Autodoc - Institucional
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Conheça 4 projetos incríveis ao redor do mundo que encontraram no BIM a chave para o sucesso.

1. SHANGHAI DISNEY RESORT

O parque Shanghai Disney Resort foi inaugurado em 2016, e hoje recebe milhões de visitantes chineses e estrangeiros. O projeto chinês foi executado com um planejamento requintado e muita tecnologia.

Em reconhecimento à engenharia excepcional do projeto, o Shanghai Disney Resort recebeu o prêmio Luban de Engenharia de Construção da China 2016-2017, que é considerado a honra mais cobiçada do setor da Construção Civil chinesa. O Prêmio Luban possui processos rigorosos de aplicação, avaliação e triagem. Os vencedores representam uma seleção de elite entre projetos de construção em todo o país.

Segundo o gerente geral e executivo regional da Walt Disney Imagineering Asia, o objetivo foi criar um destino autenticamente Disney, distintamente chinês, para o povo da China.

Enchanted Storybook Castle

A equipe da Disney contou com um grupo composto pelos principais empreiteiros de construção chineses para gerenciar cada disciplina e fase de construção do resort, criando uma parceria única ao conciliar padrões globais da Disney com a experiência e os recursos locais. Como parte dessa colaboração, a equipe introduziu novas habilidades e técnicas práticas para a indústria da construção, a fim de promover a experiência local em conformidade com as principais normas e práticas globais de construção.

O Shanghai Disney contou com rigorosos padrões de qualidade de construção, integrou tecnologias inovadoras e conceitos ecológicos durante todo projeto. O BIM foi essencial para ajudar a equipe da Disney a superar os desafios na realização de estruturas e atrações altamente complexas.

Pirates of the Caribbean: Battle for the Sunken Treasure

O conceito BIM foi utilizado, por exemplo, para elaboração das atrações Pirates of the Caribbean: Battle for the Sunken Treasure e Enchanted Storybook Castle. A elaboração do castelo utilizando o BIM rendeu outro prêmio a equipe Disney. O prestigioso prêmio Technology in Architectural Practice, concedido pelo Instituto Americano de Arquitetos, em reconhecimento à eficiente utilização do BIM no projeto do Enchanted Storybook Castle.

Durante todo o processo de construção do castelo, a equipe de projetos descobriu que a modelagem 3D é absolutamente necessária. Isso porque ela ajudou a lidar com a complexidade estrutural e trazer ao Shanghai Disney maior fidelidade às características da arquitetura medieval.

Além disso, a colaboração em nuvem por meio do BIM permitiu que as equipes de projeto, localizadas em diferentes lugares do mundo, compartilhassem informações com mais facilidade e maiores detalhes, gerando menos retrabalho. No total, 142 arquitetos, engenheiros e empreiteiros trabalharam somente no castelo, que possui 200 pés de altura e é a atração central da Shanghai Disneyland.

O BIM foi utilizado inclusive para construções menores do parque, como a fonte de água Steamboat Willlie, localizada logo na entrada.

2. ALTO TOWER

Não é novidade que terrenos no nível do solo são escassos em grandes centros urbanos. Em Paris, por exemplo, este é um grande desafio. No entanto, a indústria da Construção está trabalhando com soluções inovadoras para lidar com este problema. A Alto Tower é um grande modelo disso.

O formato da Alto Tower a torna excepcional entre os projetos BIM. A torre possui 38 níveis e 51 mil m². Devido ao espaço restrito no solo, a Alto Tower tem um formato inusitado, uma espécie de “pirâmide invertida”. Ou seja, sua superfície cresce gradualmente a cada pavimento, sendo que o último pavimento possui a superfície  três vezes maior que a do térreo, como você pode observar na foto abaixo:  

O prédio possui fachada dupla, que permite a extensão externa de 12 cm de um andar para outro, e gera uma angulação externa de 1,5º. Devido a esses fatores, nenhuma das centenas de vidraças que compõem a fachada tem as mesmas medidas. Para um projeto inovador como este, o BIM foi essencial em todo processo.

O BIM foi a chave para o sucesso deste projeto de arquitetura paramétrica, uma vez que possibilitou gerar conexão entre o conceito, os estudos de implementação, a elaboração de modelos BIM e a construção. Os modelos digitais detalhados ajudaram a garantir a confiabilidade da síntese técnica, especialmente para o sistema de extração de fumaça.

Com aplicação do BIM, a Bouygues Bâtiment Ile-de-France, responsável pelo projeto do empreendimento Alto Tower conseguiu automatizar o vínculo entre equipamentos, fichas técnicas e planos. Isso tem gerado resultados tão positivos, que a empresa agora planeja oferecer projetos em BIM, ainda que não tenham sido solicitadas, ajudando a impulsionar o conceito em Paris e em outros lugares do mundo.

3. SHANGHAI TOWER

Com 121 andares e 632 metros, formada por 9 edifícios cilíndricos empilhados um sobre o outro, Shanghai Tower é o edifício mais alto de Xangai. Possui em seu interior cafeterias, restaurantes, jardins e lojas, o que o torna uma espécie de bairro vertical. Devido à sua magnitude, a obra possui inúmeras estruturas internas e demandou uma construção exigente do início ao fim.

Foi necessária a ampliação da equipe de projetos, a contratação de terceiros para o desenvolvimento de fundações, estruturas e maquinário, e mais de 30 empresas de consultoria em estrutura arquitetônica, engenharia mecânica e elétrica, proteção contra incêndio e projetos de parede cortina.

Ter tantos funcionários e especialistas envolvidos em um mesmo projeto representou um grande desafio. Seria necessário um sistema de gerenciamento de projetos robusto, que pudesse ser operado efetivamente pelas diferentes equipes envolvidas. Visando superar esse desafio, foram em busca de uma tecnologia que pudesse unificar todas as disciplinas do projeto em uma única plataforma. E assim, o conceito BIM foi adotado.

O BIM foi utilizado desde a primeira fase do projeto, no final de 2008. O processo de implementação da tecnologia foi supervisionado por uma equipe de três pessoas que monitoraram o impacto na conformidade geral do projeto e nos prazos de entrega. Este aumento no controle contribuiu para que a obra ficasse pronta em 6 anos, uma redução de aproximadamente 30% em comparação a outros edifícios desta magnitude. Além disso, o BIM promoveu integração no trabalho e colaboração otimizada.

A torção do revestimento externo da torre teria sido quase impossível de se realizar com as tradicionais técnicas 2D. Assim, a possibilidade de visualização do projeto em 3D contribuiu de forma bastante efetiva para a produtividade da equipe e resultado final do projeto.

4. WHIZDOM 101

A Magnolia Quality Development Corporation (MQDC), incorporadora imobiliária sediada na Tailândia, construiu uma smart city sustentável capaz de estimular conexões entre as pessoas mesmo dentro da grande e movimentada metrópole de Bangkok. O objetivo é trazer mais qualidade de vida às pessoas e estimular o bom relacionamento.

A cidade inteligente foi batizada de WHIZDOM 101, e se trata de um campus com quase 70 mil m2, com pista de corrida, biblioteca, espaços verdes, empresas e restaurantes. A cidade foi coroada com a certificação LEED Gold, com destaque para os baixos índices de resíduos e carbono gerados durante a construção.

Segundo o presidente da MQDC, os canteiros de obra em todo mundo geram entre 15% e 30% de resíduos. Com o BIM é possível reduzir o desperdício em 15%. A utilização do BIM no projeto inspirou projetistas, engenheiros, construtores e fornecedores tailandeses a modernizar e adotar a transformação digital.

A cidade oferece um microclima externo aprimorado através do uso estratégico de árvores e plantas. No ambiente interno, o clima também pode ser controlado. Os sistemas inteligentes controlam as condições da sala, a qualidade da iluminação, os níveis de dióxido de carbono e o consumo de energia em tempo real. Os moradores podem usar um aplicativo para ajustar o resfriamento e o aquecimento doméstico, pagar serviços públicos, e até solicitar a entrega de alimentos em uma única plataforma.

O engenheiro civil Khun Suttha Ruengchaipaiboon, presidente da MQDC, possui mais de 26 anos de experiência em projetos imobiliários no país, sendo que afirma utilizar o BIM há mais de 20 anos.

No entanto, o engenheiro conta que no início do projeto, há 6 anos, seus stakeholders não estavam interessados no BIM. Eles julgavam que a adoção do conceito poderia acrescentar mais tempo e custos ao projeto. Como alternativa à resistência, Ruengchaipaiboon propôs a implantação gradual do BIM em seu projeto, com o objetivo de evidenciar organicamente os benefícios que o conceito traz.

Os stakeholders perceberam os benefícios do modelo BIM e passaram a ampliar sua utilização. O BIM ajudou inclusive na relação com os fornecedores, proporcionando mais assertividade na identificação da quantidade de materiais necessários e, consequentemente, reduzindo solicitações de alteração e poupando recursos.